Depois de quase um ano com o blog criado sem nada postar, hoje tive um desejo muito forte de expressar algo e achei que este seria o local ideal.
Hoje estive com minha esposa e filho visitando um lar geriátrico, visto que neste lugar está uma pessoa muito importante para nós. Foi um dia muito bom, o lugar é muito bonito, harmonioso e tranquilo. Joguei bola e corri com meu filho, conversei com alguns idosos residentes e assim foi.
Em um determinado momento todos se reuniram pois estava ali um coral para alegrar um pouco a tarde daqueles idosos sedentos por um pouco de atenção.
Precisavam cantar algo que alegrasse aqueles velhinhos (não leiam velhinhos como algo pejorativo, mas carinhoso), e entre as canções executadas estavam Beijinho Doce, Asa Branca e Se essa rua fosse minha, além de outras menos conhecidas (por mim) e do folclore local.
Ali estavam inúmeras pessoas habilitadas para serem meus avós ou até bisavós, foi impossível não imaginá-los namorando ao som daquelas músicas em sua juventude, ou aprendendo aquelas músicas nas escolas ou nas festas.
A alegria era explícita nos olhos daqueles que ainda dispunham de habilidades motoras para se expressar, alguns ainda podiam cantar junto, e poucos deles se arriscavam a acompanhar a música com palmas. Logo na primeira música a senhora que era o motivo de estarmos ali estava chorando enquanto pronunciava com dificuldade os versos de Beijinho Doce. E daí vieram dois motivos para estar escrevendo aqui.
O primeiro motivo gerou o tema deste post, “As lembranças que teremos”. O que quero dizer com isso? Bom, fiquei pensando em quais músicas eu gostaria que um coral cantasse para mim quando eu estiver na situação daqueles idosos, nos meus 104 anos (onde pretendo chegar). Fiquei bem satisfeito com minha lista que continha as mesmas daquele repertório que eu conhecia além de As Andorinhas e Te Agradeço. No entanto meu coração partiu quando pensei na geração do meu filho. Que bagagem cultural está sendo agregada às nossas crianças enquanto ouvem Michel Teló, Gustavo Lima ou Mr. Catra.
Me sinto privilegiado por crescer em um ambiente onde ouvia muita música sertaneja, mas estou falando de Tonico e Tinoco, Chitãozinho e Xororó, Trio Parada Dura, Léo Canhoto e Robertinho entre outros, e hoje, na medida do possível, faço minha parte selecionando muito bem o que ouço principalmente na presença do meu filho.Vale lembrar que desde 2004 eu não baixo músicas da internet, apenas consumo o que compro ou ouço no rádio.
É hora então de fazer a pergunta mais uma vez: O que vai trazer alegria ao coração de nossas crianças quando elas chegarem aos 80 anos e estiverem sendo motivadas a ouvir algo que lhes remeta a momentos agradáveis e de paz? (Nossa! Nossa! Assim você me mata? Ou Assim você mata o papai? Ou… melhor não dizer).
Vamos lá, invista um minuto nesse assunto, já pensou na sua melhor idade? Ou do seu filho?
Eu poderia me alongar por linhas e linhas falando disso, mas o objetivo é apenas registrar o meu dia e quem sabe lembrar essas coisas de valores a outras pessoas.
Como falei acima, dois motivos me trouxeram aqui, e o segundo deles é quem em um determinado momento me indaguei: -Poxa Lelo! Você toca um pouco de violão, até consegue cantar mais ou menos afinado, por que é que nunca veio fazer o que o pessoal desse coral está fazendo?
Isso mesmo, foi algo do tipo: auto-afrontamento entre eu e eu mesmo (pleonasmo intencional para dar comicidade e enfatizar).
Deixando de graça, pensei no meu ciclo de amigos/colegas da igreja, da graduação, da pós-graduação, trabalho entre outros e em quanto talento tem espalhado e guardado por aí, enquanto temos idosos, doentes, crianças, ou outras pessoas quaisquer precisando saber que ainda existem bons corações, que se doam para cantar uma canção, para brincar com as crianças, ensinar algo a alguém ou apenas dar uma atenção para quem precisa.
Eu não me considero um omisso no que diz respeito a ajudar o próximo, visto que desde 1999 atuo voluntariamente como técnico de áudio na igreja onde congrego, no entanto acho que posso fazer mais, e é isso que gostaria de lembrar a quem estiver lendo isso.
Não estou aqui para levantar bandeira religiosa, se um dia eu achar que devo o farei, mas não é este o momento. Entretanto, você já parou para pensar que você tem algumas habilidades inatas que poderiam te ajudar a fazer o bem a alguém? Pois bem, é sobre isso que gostaria de falar. No meu caso, um nerd, no sentido não pejorativo da palavra, tenho habilidades com coisas tecnológicas, isso desenvolveu em mim facilidade para a sonorização, e aí coloco em prática meus talentos para fazer o bem a alguém, sonorizando na igreja onde congrego e na medida do possível ajudando a quem precisa com isso.
E você? O que gosta de fazer? O que faz com prazer e poderia fazer isso por alguém?
Gosta de ler? Quem tal ler umas histórias para umas crianças? Ou um jornal para um idoso? Ou um romance para uma idosa?
Gosta de cozinhar? Já pensou em levar um bolo para as crianças do orfanato perto da sua casa? Ou para os idosos lar geriátrico? (se for fazer isso não se esqueça que alguns podem ser diabéticos)
Você é engraçado? Já pensou em ir brincar com umas crianças no hospital infantil ou passar uma tarde dando atenção a alguns velhinhos?
Ah!! Você canta? Sabe cantar Beijinho Doce? Pois é, tem um monte de velhinhos que adorariam ouvir você cantar. Garanto que eles cantariam contigo, e ficariam bem felizes. Quem sabe vamos lá juntos! Eu ajudo você e você me ajuda?!?!?!
Preciso parar por aqui para não ser muito prolixo, já o sendo.
Bem, é a primeira vez que publico algo fora de redes sociais, logo, não faço ideia em que isso vai dar, só sei que (por enquanto) penso em continuar escrevendo aqui.
Peço-lhe a gentileza de deixar um comentário para que eu possa temperar o meu chá de simancol e não escrever mais nada, ou então trabalhar e me inspirar a uma nova publicação.
Um abraço e tenham uma semana produtiva!!!
Blog do Lelo 